quinta-feira, 26 de março de 2009

Texto de Apoio - Pensamento Político do Século XIX

LIBERALISMO

O liberalismo tem suas origens na filosofia iluminista, expandindo-se pela Europa após a Revolução Francesa. Deste modo ele propunha, no plano econômico, a liberdade de produzir, vender e comprar, onde, quando e como a burguesia quisesse, sem a intervenção do Estado que se limitaria a manter a ordem, atender uma ou outra necessidade da população. Assim, Smith defendia que a “mão invisível” do mercado atuaria sobre as mercadorias em circulação sobre A LEI DA OFERTA E PROCURA, não havendo a necessidade do Estado. No plano político, o liberalismo significou a liberdade individual, a formação de governos representativos e constitucionais, a garantia legal da propriedade e da liberdade do pensamento.
O SOCIALISMO CIENTÍFICO
pensamento político do século de XIX ficou marcado pela emergência da proposições de um filosofo, economista e historiador alemão Karl Marx. A sua importância para história foi devido a sua análise materialista da história. Até então os historiadores ditos tradicionais descreviam a história com uma sucessão de personagens de destaque, sem destaque aos movimentos sociais, processos e conjunturas que são caras a história. A partir da concepção marxista da história podemos frisar o conceito de MATERIALISMO HISTÓRICO este conceito privilegia as análises das relações entre os homens pelo vies econômico, ou seja, para Marx a infra-estrutura a base da sociedade está no poder financeiro. Levando a frente esse pensamento devemos lembrar também do termo LUTA DE CLASSES que para Marx era o MOTOR DA HISTÓRIA, "toda história é a história das lutas de classe" escravos e senhores, servos e nobre, proletário e capitalista.
A história das humanidades, com exceção das comunidades primitivas, tem sido a história das lutas de classes. Na antiguidade, havia um conflito entre cidadão livres e escravos; Na Idade Média, senhores feudais e os servos da gleba e, na época de Marx, a burguesia dominava economicamente o proletariado.
Os proletariados deveriam se organizar e, através de uma revolução, tomar o poder, quando o proletariado destruiria o modo de produção capitalista e instituiria o socialismo que seria a transição para uma sociedade comunista. Daí porque pregava a união do proletariado: "Proletários do mundo todo, uni-vos"!
Essa frase de transição Marx denominava-se de ditadura do proletariado. Depois disso, acreditava ele que a mesma daria lugar a uma sociedade sem classes, o comunismo. E esta seria uma sociedade na qual os meios de produção pertenceriam "a todos", isto é, ao povo. Em tal sociedade, "cada um trabalharia de acordo com sua capacidade e ganharia de acordo com suas necessidades".
O conceito de MAIS-VALIA é a chave para compreender a exploração do capitalismo. Através dele podemos explicar, de forma científica e rigorosa, a exploração capitalista e, assim, vislumbrar o que é necessário para suprimi-la.
O custo de manutenção da força de trabalho (operário, maquinas) constitui seu valor; a mais-valia é a diferença entre o valor produzido pela força de trabalho e o custo de sua manutenção.Para ficar mais fácil de entender, vamos estudar um exemplo. Suponhamos que um operário seja contratado para trabalhar 8 horas por dia numa fábrica de motocicletas. O patrão lhe paga 16 reais por dia, ou seja, 2 reais por hora, o operário produz duas motos por mês. O patrão vende cada moto por 3883 reais. Deste dinheiro, ele desconta o que gasta com matéria-prima, desgaste de máquinas, energia elétrica, etc.; exagerando bastante, vamos supor que esses gastos somem 2912 reais. Logo, sobram de lucro para o patrão 971 reais por moto vendida (3883 menos 2912 é igual a 971). Se o operário produz duas motos por mês, ele produz, na verdade 1942 reais por mês (2x971). Se, num mês, ele trabalhar 240 horas, produzirá 8,1 reais por hora (1942 dividido por 240 horas). Portanto, em 8 horas de trabalho ele produz 64,8 reais (8,1x8) e ganha 16 reais. A mais-valia é exatamente o valor que o operário cria além do valor de sua força de trabalho. Se sua força de trabalho vale 16 reais e ele cria 64,8, a mais-valia que ele dá ao patrão é de 48,8 reais. Ou seja, o operário trabalha a maior parte do tempo de graça para o patrão! Para saber quanto, basta fazer uma regra de três simples:


64,8 --- 8 h.
16--- X


16 vezes 8 divido por 64,8 é igual a 2h e 6m

Conclusão: das oito horas que o operário trabalha, ele só recebe 2 horas e seis minutos. O resto do tempo ele trabalha de graça para o capitalista. Esse valor que o patrão embolsa é o trabalho não pago.

SOCIALISMO CRISTÃO (RERUM NOVARUM)
Carta Encíclica do Papa Leão XIII (Rerum Novarum) foi, a primeira manifestação aberta da Igreja no sentido de proteger os trabalhadores e suas organizações sindicais. Foi escrita em 15 de Maio de 1891, período em que o liberalismo dominava o cenário econômico do mundo. Ela deu origem ao pensamento social católico, a partir do impacto da expansão do capitalismo e do crescimento do ideário socialista. Nessa época, o salário dos trabalhadores era determinado de acordo com as leis do mercado, o Estado não intervinha na economia, os sindicatos eram proibidos em alguns países e as riquezas acumulavam-se nas mãos de poucos tendo por conseqüência até mesmo, um processo de desintegração dos laços familiares.
Nessa Encíclica, a Igreja sustenta a idéia de que é necessário auxiliar os trabalhadores que estão, em sua maioria, entregues à mercê de seus senhores ávidos de ganância e insaciável ambição. Segundo Leão XIII, os patrões possuem alguns deveres para com os operários como: não tratá-los como escravos e principalmente dar um salário que lhes convém, entretanto nunca houve apoio significativos no sentido de mudar a estrutura político-econômico vigente, ou seja, o CAPITALISMO.

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